Novo perfil da doença coloca jovens adultos em risco real — e silencioso.
A cantora Preta Gil, filha de Gilberto Gil, faleceu aos 50 anos após uma luta contra o câncer colorretal, diagnosticado em 2023. Sua morte provoca comoção e, ao mesmo tempo, chama atenção para um problema de saúde pública crescente: o aumento de casos de câncer colorretal em adultos com menos de 50 anos.
Nos últimos anos, médicos e pesquisadores têm identificado uma preocupante tendência de rejuvenescimento dos casos dessa doença, que antes era associada quase exclusivamente a pessoas acima dos 60 anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência entre adultos jovens tem crescido de forma constante e silenciosa.
Esse tipo de câncer se origina no intestino grosso, mais precisamente no cólon ou no reto. Na maioria dos casos, ele começa com pólipos — pequenas formações benignas na mucosa intestinal — que podem, com o tempo, evoluir para tumores malignos. O processo costuma ser lento, o que faz do rastreamento precoce uma ferramenta crucial para o sucesso do tratamento.
Alimentação ultraprocessada e pobre em fibras (pouco consumo de frutas, legumes e verduras);
Sedentarismo e obesidade;
Consumo excessivo de carnes vermelhas e embutidos (como presunto, salsicha e bacon);
Tabagismo e álcool;
Histórico familiar ou síndromes genéticas, como a polipose adenomatosa familiar;
Microbiota intestinal alterada (desequilíbrio das bactérias do intestino, associado ao estilo de vida moderno).
Sangue nas fezes;
Dor abdominal persistente;
Alteração do ritmo intestinal (diarreia ou constipação inexplicadas);
Sensação de evacuação incompleta;
Perda de peso sem motivo aparente;
Fadiga crônica.
Muitos desses sintomas são ignorados ou confundidos com problemas gastrointestinais comuns, o que contribui para o diagnóstico tardio.
Prevenção e rastreamento precoce salvam vidas. Eis o que pode ser feito:
Manter uma alimentação rica em fibras e pobre em ultraprocessados;
Evitar carnes processadas e reduzir o consumo de carnes vermelhas;
Praticar atividades físicas regularmente;
Fazer exames periódicos como a colonoscopia, principalmente em casos de histórico familiar ou sintomas;
Evitar o tabaco e o álcool;
Investir na saúde da microbiota intestinal, com alimentos fermentados e variados.
A morte de Preta Gil nos obriga a refletir. O câncer colorretal não é mais uma doença "de idoso". Ele vem afetando cada vez mais homens e mulheres na faixa dos 30 e 40 anos, que muitas vezes não imaginam estar em risco. A informação pode ser a diferença entre a vida e a morte. Que sua partida nos inspire a olhar para dentro — literalmente — e cuidar da saúde intestinal com atenção e prevenção.
No próximo artigo da TV Saúde, entenda como a alimentação fermentada pode melhorar sua microbiota intestinal e prevenir doenças graves.